Céu nosso de cada dia
- A céu aberto

- 15 de jan. de 2023
- 2 min de leitura
15 de janeiro de 2023, céu de Feira de Santana, às 17:40.

Hoje somos o pleno descontentamento com a vida e todo o resto. Bem, pelo menos eu sou. O céu estava lindo, sei, magnífico como sempre, mas não era ele que eu queria nem que estava esperando.
Como pode ver, hoje não tivemos a boa e velha foto fundo de quintal, literalmente. Dei uma saidinha nesta tarde de domingo e aproveitei para capturar o céu, imaginando que a foto sairia bem melhor do que as habituais. Simplesmente, o céu não quis cooperar e vestiu-se da paisagem de todos os dias, nem se arrumou para a novidade que é uma pessoa como eu sair em pleno domingo. Esperava ver várias nuvens e algo que não vejo sempre dos fundos de casa, mas que engraçado... Vomitei as minhas expectativas sobre o céu que é o mesmo de cada dia.
Tenho que aprender que as coisas não serão sempre como queremos e esperamos. Elas são como devem ser.
Acho que fiquei empolgada porque a bendita saída era justamente para cumprir a minha primeira meta do ano e que advém de uma frustração de infância. Nunca aprendi a andar de bicicleta, pode me julgar. Não aconteceu porque não quis, na verdade, a atividade só foi sendo deixada para depois até não ser lembrada. No auge dos meus 25 anos, e na era em que ciclismo virou o esporte do momento e até motivo de date, não seria eu a ficar de fora (mesmo que eu costume ir contra a maré). Queria superar os meus medos, recompensar a minha infância, malhar os cambitos e criar outro hobby. Então, peguei a bicicleta do meu pai, chamei a minha irmã e decidi que hoje seria o dia em que eu aprenderia a andar de bike, e sairia por aí pedalando ao som de Put Your Reconds On, da Corinne Bailey Rae, bem jovem adulta tranquila dos anos 2000. Deixo aqui embaixo a referência para que você aí, que já sabe andar de bicicleta, possa ter uma trilha sonora digna.
Mas eu não consegui. Não posso me culpar pela bicicleta do meu pai não ser ergonômica à minha anatomia, ou pela minha inibição por atrair plateia enquanto eu não conseguia pedalar e manter o equilíbrio ao mesmo tempo, ainda mais quando o coxim estava cutucando partes que não estavam para livre circulação, garantindo-me uma leve assadura. Tá, pode rir! Até eu estou rindo agora.
Não caí porque minha irmã estava me segurando, mas talvez eu devesse ter, pelo menos, ralado o joelho para sentir que tentei um pouco mais. Sobre isso eu posso me culpar, a culpa é minha por não respeitar o processo e me frustrar quando as coisas não são como planejei. Tudo o que preciso fazer é tentar mais vezes, não desistir e comprar uma bicicleta para a minha estatura.
Vamos falhar mais vezes do que esperamos, porém voltaremos com ainda mais fôlego de vencer, afinal, as melhores coisas da vida não são alcançadas facilmente. É como diz na música:
Talvez, às vezes Cometemos erros, mas tudo bem Quanto mais as coisas parecem mudar Mais elas continuam as mesmas
Como o céu e andar de bicicleta, ambos estarão lá para quando estivermos prontos.
Contarei aqui quando eu conseguir, ainda neste ano.
Já olhou para o céu hoje?
Xêro!


Suas metas serão alcançadas e será gratificante! Você consegue! E essa é a trilha sonora perfeita! 😍
Obrigada pelo texto maravilhoso! To amando! Virei todos os dias!