O que os olhos não veem
- A céu aberto

- 23 de jan. de 2023
- 2 min de leitura
23 de janeiro de 2023, céu de algum lugar, em algum momento do dia, tirada por um amigo.

Em minha defesa, eu tirei a foto do céu de hoje, estava azul e não havia uma nuvem sequer. Estava contentada, pois o minimalismo também me encanta, e muito, mas eis que numa conversa aleatória, recebo essa foto de uma pessoa que costuma viajar de avião. Eu, que nem sei andar de bicicleta, nunca nem passei perto de uma aeronave. Então, decidi que hoje pegaria a foto emprestada, porque além de ser muito bonita e mostrar uma vista que não é de fácil acesso, também abre caminhos para falar sobre mudanças e metas.
Sou o tipo de pessoa que no início de todos os anos escreve uma lista de metas, e no último dia do ano risca o que foi cumprido. Gosto de listas tanto quanto gosto de riscar os itens realizados. Como não consigo pensar em tudo num único dia, permito-me editar a lista até o fim de janeiro. Infelizmente, viajar de avião não será uma meta para este ano, mas entrará para as grandes metas da vida, como fazer uma tatuagem e nadar com as baleias.
Olhar para essa foto e não ver nada além de céu, sem pessoas, sem mundo, fez-me perceber que ando um pouco cega sobre a minha vida. Apesar de ser algo óbvio e de eu saber da existência, venho ignorando, como toda uma cidade guardada embaixo das nuvens. A verdade é que preciso de um tempo na escrita, ponto. Quase me engasguei para falar, mas saiu. Minha última obra me exauriu ao extremo, e acontecimentos recentes de caráter emocional e profissional impulsionaram ainda mais um bloqueio criativo. Minha fonte artística está escasseando, e até que chova novamente, preciso me resguardar para não virar um caminho de terra seca.
É difícil, pois nunca fui boa em exatamente nada, e escrever é muito mais do que uma habilidade e hobby, era a minha sina, meu espírito. Daí admitir que preciso de um tempo me força a pensar que estarei sem propósito e serei uma pessoa monótona. Mas é preciso. Aproveitarei este ano para tirar férias, como um ano sabático da escrita. A pausa não se estende ao blog, afinal, aqui tem muito mais confissões do que técnica e criatividade. O meu potencial narrativo está, temporariamente, off-line. Não que eu esteja proibida de ter ideias, escrever diálogos, rascunhos, etc... Refiro-me a tudo que me sobrecarregar e/ou com fins lucrativos. Escreverei por hobby, como tenho feito todos os dias aqui.
Demorei a perceber que preciso me afastar um pouco para olhar a cena por inteiro, e me reconectar, reinventar diante de quem sou agora, diferente de quem fui quando escrevi a última obra. É aquela história: confia no processo! Vamos lá!
Já olhou para o céu hoje?
Xêro!


É isso! Respeite seu momento e seu tempo! Sua fã número 1 estará sempre aqui esperando os próximos projetos ❤❤