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Um outro céu

  • Foto do escritor: A céu aberto
    A céu aberto
  • 13 de jan. de 2023
  • 2 min de leitura

13 de janeiro de 2023, céu de Feira de Santana, às 08:01

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P.A.R.E.I.D.O.L.I.A


“Fenômeno psicológico comum em todos os seres humanos, conhecido por fazer as pessoas reconhecerem imagens de rostos humanos ou animais em objetos, sombras, formações de luzes e em qualquer outro estímulo visual aleatório.”

Tá aí o que eu e todas as outras pessoas taradas em ver imagens nas nuvens temos. Ouvi esse termo numa aula de Análise do Discurso e não fui capaz de esquecer, afinal eu era uma pareidófila (ou seria pareidola ou pareidolista...?), o que parece algo digno de levar o meu réu primário se a pessoa não souber que não é nada criminoso.


Vamos ao céu do dia! Este foi interessante, primeiro porque acordei mais cedo do que o normal apesar de estar de férias; e depois, graças à insônia, calor e mosquitos, pude ver um lindo céu matutino. A reflexão da vez cabe justamente no ponto em que quando tirei a foto, o céu estava num monótono azul celeste, royal ou anil (ainda não sou profissional em identificar tons de azul), com uma simples nuvem branca e densa. Pensei: é o que temos pra hoje, certo? Daí virei para o outro lado, onde o sol se escondia num manto de nuvens, e tcharam! Lá estava o nosso céu aberto que rendeu a foto de hoje! E tudo o que precisei fazer foi olhar para o outro lado.


Traduzindo para as linhas da vida, acho que precisamos olhar as coisas por outros ângulos, além daqueles que podemos ver facilmente. Tudo bem que isso é óbvio, como mensagens de posts motivacionais do Pinterest, mas o que quero dizer é que nos acostumamos a ver a vida, os problemas, as coisas pelos ângulos mais fáceis, óbvios e rápidos, e que geralmente são versões pouco profundas ou muito pessimistas. Isso porque não sabemos olhar por outro ângulo, pensar um pouco mais, mesmo que doa a cabeça ou o pescoço ao se inclinar para ver além do que já está ali.


Eu poderia pensar (e já pensei) que a minha demissão, o término do relacionamento e todos os desdobramentos desses dois eventos são uma tentativa do universo de me depreciar, levar-me ao mais profundo vazio da vida, assim como ao ponto mais baixo da cadeia alimentar. Porque pensar assim é a forma mais fácil, enxergar o problema como um problema. Mas se eu olhar por outro lado, posso pensar que tudo isso é a simples oportunidade de recomeçar, de me reconhecer e redefinir rotas, e provavelmente, seguir o caminho certo que o universo ou Deus tenha predestinado para mim. Esse ângulo é muito mais custoso de enxergar, com possibilidades difíceis de acreditar e de alimentar. Contudo, precisamos admitir que ele existe e está lá, só precisa ser encontrado.


Poderíamos ficar com um simples céu azul e límpido de todos os dias, mas conseguimos quase um nascer de anjos atrás das nuvens. Pode ter doído o meu pescoço pela inclinação de onde tudo acontecia, mas convenhamos que valeu a pena.


O céu, a vida, os problema são planos e horizontais. A habilidade de construir e enxergar ângulos é inteiramente nossa.


Já olhou para o céu hoje?


Xêro!


Referência



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